segunda-feira, 21 de maio de 2012

Espera...


Resignado, no primeiro suspiro, pensar, de cada dia
Creio entender naquela zelosa memória tua, insistente,
Rolar de ondas de afeto, abrasivas, como quem sente
E dela virá, porque assim cabe, toda minha fiel alegria

Onde estará você que, de tanto susto, perfeitamente sorria?
Cedeu ao sono, ante o trabalho, fez-se riso ausente
Que não se apaga, ninguém compra, aqui da mente
Estejas bem, passado o medo... pois comigo a noite é fria.

E para que eu guarde tudo que for preciso dizer no final
Preparo um desenho teu a dormir, e compreenderás
Quão impossível é, da forma que tenho amado, te esquecer

Aí, quem sabe outro ano, quando olhares para trás,
Consideres que o amor não é brincadeira ao amanhecer
É mais que estudo de caso, é dedicação, pura e total.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Namoro psicológico

Incontáveis pulsos de saudade
extravasam o quarto,
Somem pela vizinhança.
Enquanto sorvo a solidão pela noite,
Ludibrio-me em crer que há
distração possível
Ou diversão convincente.
Tão longe de ceder à exaustão,
Abraço-te no vazio
E o estranho no espelho
Fulgura-me com resoluto riso.
Um intrincado de emoções
desloca a realidade mais compressiva:
adormeço convictamente enamorado...
Desperto esquecido.