segunda-feira, 26 de abril de 2010

Autocorrosão


Descascar a alma com riso
Ainda que seja seu derretimento
Não denegri a inveja alheia
Haveria jamais de soltar um único pêlo

Mergulhado em suas enseadas sulfurosas
Ao descaso de uns floresce minha paz
Pergunta-me o anjo pela minha dor
E a resposta terá vindo sem demônio

A alma e o riso são de outrem
A inveja é mesmo ao lado deles
E o fio é do meu corpo indivisível

As águas terão com seus donos
Minha paz é sadia em seu invólucro
E se a destruição não chegou aqui...?

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