quinta-feira, 8 de abril de 2010

Heptetos de amor eterno



Se pudesse, por um segundo,
Roubar-me os olhares
Escuros opalinos;
Estaria jogado ao vácuo de mim
Jazendo à míngua do espírito
Não mais audaz...
Frio.

Ao crer na ausência do fulgor
O qual me trouxe dos ventos
Do todo amor perene
Venho sangrar diante dos reis
Ao saltar do cais altivo
Sempre a amargar...
Um rio.

Em ti o mundo, verdadeiro pavão
Flamula a forjar
O rosto cativo
Em semblantes de não e sim
Ordenando ser exclusivo ao sol
Implorando o amor...
Eu abro.

Fecho as trancas do inferno.
Moldo o ninho felpudo,
Tudo branco
Negro porte do roçar
Sendo simples demais, singelo
O ato de amar...
O astro.

Rasga o peito a dor latente.
Gela o oráculo
Orbe azul.
À explosão de estar deitado
Invade-me o tormento
De esperar-te...
O dia.

Há de sentir cobrir-te com asas
Em calor mundano
O eterno lar
Numa esquina foge o ar
Vem a duna de ti
Radiar, dizer...
"Sorria".

Quero o peso da tua presença
Seio forte do teu aperto
Aspiro calma.
Ao teu medo escorpiono
Sou Deus do teu ser
Um forte...
Escudo.

Claro poético o fiz pedestal.
Ria do meu riso por louvor;
Crie-me teu poema
De fervor que afaga
Uma alma, densa aura
Só por amar...
És tudo.

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