quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Eu, sempre


Se eu corro para me afastar
Tão próximo estarei do que me torna
Presente no regressar
Liberdade é fato e logo se consome e se reintegra
Tudo no dia que a compramos
Não é a era do efêmero?
Início e fim, juntos,
Substituindo o meio
Fazendo-nos dançar sem ao menos sentir no ar
De onde aquela música veio
Eis que o pedregulho vai da minha mão ao espelho
Estilhaça-se uma versão de mim
Da qual fora arrancado o tom vermelho
Não distante,
A surpresa é por conta do que vejo
Janela afora...
Um novo homem sentado na grama
Lendo um livro negro
De páginas vazias ou impronunciáveis
E tudo faz sentido...
A real história está diante de mim,
Na paisagem, no grande Mundo
As outras pessoas virão ter comigo
Não uma parte da minha vida
Mas a fase de uma gente
Que a um passo
Pode estar extinta
E pela imensidão da vida
Haverá de ser perene.
Se eu corro para chegar
Tão distante jamais estaria do que sempre fui...
Presente além da partida.

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