Do que eu dividi, me resta uma semente
Um pouquinho de mim que basta,
me salva;
Que em terra seca esperou e dormiu,
em risos de intuição
para o tempo passar
Enterrei a mim por não aceitar
que só um horizonte me aguarda...
E por terem pisado na terra acima,
difícil foi
Alguns inflamam, outros queimam
Porém abaixo da terra
não requer sombra nem frio para viver;
Há uma essência interior
Que atravessa o concreto,
Devassa o chão deles
Há algo de mim no raio e no broto,
lembrai...
Na escuridão opressiva,
estive com anjos
E na falta do cuidado não dado,
nada faltou
Venho eu ganhar o azul...
E na paz desse hoje,
nada pedi...
Ramifico e vivo a verdade
residente no meu silêncio em botão
Digam eles que nada serei,
que minha penitência será acreditar;
Ouça dos ventos que o que mais queriam é poder tocar a ti
novamente,
que esperam algo de seu novo ser;
Verá que não moras mais num punhado de caroços de segundas
chances,
pois estás no topo do monte para ao sol florescer
Que pés me levarão ao desespero?
Ainda que eu admita existirem saudades,
muitas são as raízes que me prendem à fé deste renascer
que é, de todo, meu...
Serei livre a cada amanhecer
para minhas lágrimas de orvalho,
ou perfume distinto;
O tino egoísta daqueles dizeres
revelam o desgosto de nem saberem o que buscam;
E assim não há sóis que os salvem
À luz do meu pertencimento ao mundo,
brinco na paisagem e no vento
Se firme estarei ante o mal feito,
para trás seguirá um dia ruim nele...
E um novo amanhã já estará aceito
Há um rumo seguido para o alto;
Um perfume distinto que o vento carrega;
Há um silêncio sereno...
Há raízes fortes contra falsas saudades;
Há dizeres inaudíveis;
Ah...
Mas há sementes pelo chão...
Sementes que eles juntam avidamente
pensando, com elas, ter um pedaço de tudo que eu já dividi
e que eles não mais possuirão.
Sua poesia pra mim foi como uma pérola entre a vastidão no mar. Ótima e brilhante surpresa! :)
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