sábado, 24 de abril de 2010

Uma para você

Só mesmo a ti que valha
Minha aflição nessa semana

E a maior companheira
É a ausência que extingue os ajustes;

Ao pôr à prova uma tênue ciência
Cuja lei é a tal liberdade a mim cedida,

Venho explodir em contrapartida
Ao comprovar que nada é uma única visão

E que eu conheço o calor expelido
Pela lágrima, pelo suor e do sangue.

A verdade não causa dor insuportável
Atiraria eu nos tímpanos ao fim, caso fosse

O engano me corrói infiel e o que tenho
são palavras que descem ao estômago...

Estilhaçam-se com a paz e acidulam
Como doem...

Tanto tempo e o nosso legado?!?
A errônea oferta de liberdade... Aquela!

A mesma que me subestima ao fogo
Antes fosse fácil ativar a descarga sobre o meu amor

Então a liberdade é o pior presente
Peço uma força que me arranque a contragosto

Estas palavras projéteis não são de matar
Mas que não saiam pela culatra.

2 comentários:

  1. Questionamentos de veia poética bem expressivos, apesar da subjetividade dos versos vejo que é objetivo no que diz e no expressar de como te sentes. Lembrou-me muito também Augusto dos Anjos. Ótimo espaço.

    Um cordial abraço.

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  2. Muito obrigado pela sua análise, e fico mais grato ainda por ser elogioso. Outro abraço.

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